Review: Ascension of the Cybermen e The Timeless Children
Eita, Chris Chibnall do céu.
Eu achei que não iria conseguir traduzir eu um review os dois últimos episódios de Doctor Who. Não por termos tido muitas informações, mas por tudo o que uma única coisa alterou e mexeu. Já adianto aqui que a temporada assim como começou, terminou de maneira positiva. Grande, corajosa e positiva. Se tem uma coisa que esses meus mais de 9 anos de fandom me ensinaram, é que nem sempre vai ser como eu quero e nem sempre eu vou gostar, mas quando levado até mim de forma clara e se a explicação for boa, eu sempre consigo digerir, aceitar e aproveitar todas as mudanças dessa série que em mais de 56 anos não deixou de se adaptar e se renovar, para poder entregar coisas novas e atuais para o seu público.
Você provavelmente já viu a finale mais de uma vez, porque assim como eu, você precisava ter certeza do que estava vendo, certo?
Por onde eu começo? Quem é a Timeless Child? Sem nenhuma, mas nenhuma surpresa mesmo, a timeless child é a Doutora. Não iria ser diferente, ela é a protagonista, é sobre ela. Não seria outra pessoa. Nos primórdios de Gallifrey, bem antes das viagens no tempo, muito, mas muito antes dos senhores do tempo, haviam apenas os Shabogan (ancestrais dos senhores do tempo) e o começo das viagens espaciais. E foi em uma dessas viagens, que Tecteun encontrou uma criança em uma fronteira de um universo. Uma criança, sozinha? perdida? Não sabemos. Mas ela ficou ou sequestrou a criança e a levou para ser criada em Gallifrey. E é aqui onde entra a parte importante de Doctor Who. Se você quer mudar uma história importante, se você quer me contar uma nova história de origem, se você quer me falar que o canon pode ser rescrito, não tem problema, desde que seja bem feito, desde de que seja bem contado, e sinceramente? Foi.
Do jeito que o Chibnall me contou, uma criança refugiada regenerou pela primeira vez em Gallifrey. Essa criança foi explorada pela própria mãe adotiva que "precisava" saber, como e porquê aquilo acontecia e mais importante, ela queria saber se ela podia replicar aquilo. Ela descobriu que era possível, aplicou nela e em um grupo seleto dos Shabogan, e desse jeito nasceram os que conhecemos hoje como Senhores do Tempo, desse jeito a Gallifrey que conhecemos lá com o 1st Doctor foi fundada, da Doutora, ela é a origem de tudo.
Desde o retorno de Doctor Who pelas mãos do Russell T Davies com todo a história do Doutor ser o último da sua espécie - vale colocar que MUITOS Whovians novos não sabem de toda a história antes do 9th Doctor - essa é a maior retcon de origem da Doutora já contada. E se você não pensou em como agora a Doutora, mais do que nunca, ganhou um ar de Super-heroína, então você não esta prestando atenção: Ela é mais poderosa do que ela imaginava, mais poderosa do que qualquer um dos Senhores do Tempo que ela criou. Ela é simplesmente essa entidade que criou todos os Senhores do tempo como os conhecemos. PO-DE-RO-SA. E o que muda para a Doutora? Ela descobriu que não tem um limite de regenerações. Ela descobriu que antes do que conhecemos como a primeira encarnação do Doutor, ela havia tido um incontável número de vidas. O que acabou explicando porquê no final da 9° temporada o Doutor do Matt Smith conseguiu passar do seu total de 12 regenerações, o que acabou trazendo para o canon os Morbius Doctors. E pra ela não mudou absolutamente nada. Nós tivemos uma cena inteira do Chibnall segurando a mão tensa do Whovian e falando assim: NÃO IMPORTA. "Já foi limitada por quem você foi antes?" Não, é claro que não. Nunca na história de Doctor Who importou quem veio antes ou quem vai vir depois, a história é o agora, é a história de uma alienígena que vez ou outra pega pessoas na terra, deixa pessoas na terra e viaja pelo tempo e espaço. Nunca o passado, ou quem veio antes interferiu nisso.
Eu amo toda a performance do Sacha, eu adoro toda a pegada megalomaníaca dessa nova encarnação do Master, mas não da pra negar que toda a história de "ai porque a Doutora criou uma raça, eu tenho que criar uma também" ficou meio perdida. Eu não vou negar que por mais ridículo que os CyberMaster pareçam, eles são totalmente, 100% algo que eu esperaria ver em 1- Doctor Who 2- Castelo Ra-tim-bum. Eles simplesmente se encaixam. Mas quando paramos pra pensar, toda a história do Cybermen solitário, se perdeu. De alguma forma ela não se encaixava ali. De algum jeito, foi um desperdício de um ótimo plot com Cybermen que pela primeira vez estavam assustadores e pela primeira vez fizeram com que eu quisesse ver mais deles. Toda a grandeza desse vilão, foi diminuída pela grandiosa presença do Master. E eu nem vou perder tanto tempo falando disso.
Mais uma vez enquanto tudo acontecia, o time TARDIS estava em algum lugar, fazendo alguma coisa entre correr de Cybermen e procurar a Doutora. E ATÉ QUANDO ISSO MEU CHIBNALL DO CÉU? Como o senhor consegue ir de escrever ótimos personagens convidados para desenvolver tão mau seus personagens principais. Tirando a cena onde a Yas e o Graham convencem os humanos a se disfarçarem de Cybermen, esses três não fizeram mais nada. O Ryan inclusive mandou o maior 'de boa', quando a Doutora disse que ia ficar pra morrer. Não é possível que eles não tenham coração gente. O Chibnall, que roteirizou esse episódio, ainda não conseguiu encontrar um jeito de desenvolver uma boa história sem a necessidade de adicionar cinquenta pessoas desnecessárias para o contexto todo, deixando assim quem realmente precisa de espaço, jogando bombinha nos vilões.
No final, não era nada que a gente não consiga lidar. No final a explicação foi tão boa que explicou a existência do War Doctor e o porquê do 11th ter se regenerado no 12th, mesmo não tendo mais regenerações. No final o que realmente importa é que Doctor Who é uma das únicas séries da atualidade que continua a se adaptar, que continua a bater em teclas importantes como igualdade de gênero e raça. É uma série que consegue te mandar reciclar seu lixo e tomar conta do meio ambiente enquanto mostra coisas absurdas como o CyberMaster. É uma série que mudou e vai mudar de novo, não importa se você gosta ou não, simplesmente porquê essa é a vida. Se você quer continuar, você PRECISA se adaptar, caso contrário você morrer, e Doctor Who esta se adaptando. Ao invés de pensar em como o William Hartnell não é mais o primeiro, pense em como ele ficaria feliz em saber que a série que ele ama vai durar mais 200 anos sendo atual. Lá atrás você aceitou que o 9th era o último dos Senhores do tempo. Agora você vai aceitar que a Doutora não é de Gallifrey, que ela é uma super heroína com regenerações infinitas que ainda tem muita história pra contar. Não da pra negar a coragem do Chibnall. Doctor Who é isso, mudou, e ta tudo bem.
Discordo, mas respeito. E com tanta decepção que passei já abandonei a série.
ResponderExcluirpior que o que mais me chateou desse episodio nem foi saber que a TC era a Doctor, mas como o Chris jogou fora o Lone Cyberman, desperdiçou os companions DE NOVO, e inventou uma solução ridiculamente fácil e preguiçosa pra Doctor poder fugir. O Chris não sabe escrever uma história até o fim, não dá pra ter um ótimo conceito sempre e executar de forma péssima, até o mistério de quem era a TC era óbvia. Não dá pra ele fazer uma nova temporada se apoiando só em plot twist de novo! Pra mim ele tá deixando a série terrivelmente entendiente :(
ResponderExcluirContinuo assitindo pq amo a série e pq amo a Jodie e a Jo martin.