Porque Steven Moffat vai fazer falta?

17:35 luvdoctorwho 1 Comments


Começamos a assistir Doctor Who anos atrás quando a New Who voltou e provavelmente devemos ter passado pela mesma situação. Estranhamos pra caramba o primeiro episódio, "Rose", que de primeira não é o episódio favorito de ninguém. Passamos por "Rose" com um pouco de dificuldade, criamos coragem de continuar e ai vieram os Slitheen, os Daleks e nesse ponto já estávamos 'hm, até pode ser'.

The Long Game e Father's day pode até ter te convencido. Mas foi apenas em Empty Child e The Doctor's Dance que Doctor Who entrou nas nossas cabeças e não saiu mais dos nossos corações.

E quem estava por trás desses episódios maravilhosos da New Who? O mesmo que está por trás de The girl in the fireplace, Blink, The day of the Doctor, e outros vários que provavelmente devem ser o preferido de vocês, Steven Moffat

Quando Steven Moffat assumiu Doctor Who em 2009 a BBC esperava que sua primeira temporada fosse a última da série. 

"Eles acharam que era legal eu tentar, mas todos acharam que seria um desastre. Imagina assumir uma série onde David Tennant e Catherine Tate tinham acabado de sair. Era tentar continuar com a festa quando tinha acabado de acontecer um suicídio em massa" contou Steven Moffat em uma entrevista a Doctor Who Magazine.
Quando a série retornou em 2005 foi um de seus episódios que se destacou. Sobre os cuidados de Russel T Davies a série se tornou algo familiar, mas Moffat aperfeiçoou o tom e tornou o sentimentalismo algo sexy, dramático e mais elegante. 

E agora, 8 anos depois, Steven Moffat deixa Doctor Who como um dos mais influentes escritores e um dos grandes nomes da televisão. Em sua era como showrunner, fomos apresentado a dois Doctors que serão lembrados possivelmente como um dos melhores na história da série e seu legado, será para sempre tópico das discussões dos fãs. 

Em sua estreia como showrunner ele nos trouxe Matt Smith que todos disseram ser novo demais para o papel. O mesmo acabou se tornando o Doctor preferido de muitos e incrível para o papel do Doctor, enquanto seus companions, Amy e Rory se tornaram facilmente os mais populares entre os fãs. E claro foi onde os mistérios ficaram ainda maiores. O que era a fenda no universo? O que era o Silêncio? Quem explodiu a TARDIS?

Foi nesse ponto também, onde a série já havia atingido o seu ápice de popularidade que as criticas ficaram maiores. Eles diziam: Steven Moffat deixa muitas pontas soltas. Steven Moffat não sabe escrever personagens femininas. A ultima temporada de Matt Smith é a que provavelmente vai assombra-lo até o fim de sua vida, descrita pelo SFX como "a temporada de maiores pontas soltas desde 1988", temporada que também vemos a despedida dos Ponds e a apresentação da nova companion Clara Oswald, companion que os fãs tiveram provavelmente a maior dificuldade de se conectar. Temporada que foi muito criticada não somente pela crítica, mas por boa parte dos fãs. 

Talvez consciente das criticas, quando Doctor Who retornou em 2014, vimos um novo Doctor e uma nova Clara e é claro uma nova regeneração do Master, interpretado por uma mulher dessa vez, Michelle Gomez

Claro a 8º temporada também não teve muita salvação e eu nem tenho tanta certeza assim se ela existiu. Existiu? As vezes é melhor pensar que Peter Capaldi não teve que passar por uma temporada tão ruim para chegar na maravilhosa 9º temporada de Doctor Who, que junto da 10º temporada se tornou uma das melhores coisas que Steven Moffat já escreveu para a série. O Master/Missy interpretada por Michelle Gomez ganhou mais espaço, foi apresentado a primeira companion abertamente lésbica da série e o Doctor interpretado por Peter Capaldi cresceu tanto que se transformou facilmente em um dos preferidos de qualquer um. E se não é, você está errado, assiste de novo.   

Moffat também criou monstros que serão para sempre lembrados e quem sabe reutilizados na série, como em "The Empty Child", algo tão simples como uma criança com uma mascara de gás. Os Weeping Angels, os Vashta Nerada. E talvez os mais notáveis, o Silêncio, uma espécie que tem a habilidade de fazer as pessoas se esquecerem que eles existem. 

E não só os monstros, personagens que quando falamos de elenco recorrente, aqueles que aparecem só para completar o episódios, eu tenho certeza que você vai lembrar de algum que foi o Moffat que criou. Sally Sparow de Blink, A Me de The Girl Who Died, Osgood e talvez a mais popular e amada de todas as suas personagens, River Song, que se tornou tão parte da série, quanto o Doctor e seus companions. 

Talvez o mais notável em toda a sua carreira tenha sido como ele foi capaz de manter a qualidade da série por tanto tempo. O trabalho de showrunner não é fácil. Ser showrunner de Doctor Who não é um trabalho qualquer, você provavelmente vai ficar tão famoso quanto os atores e atrizes da série. O que não é natural. Mas sabe o que também não é natural? Que depois de 8 anos, ele ainda consiga escrever um episódio como Heaven Sent. Uma das melhores histórias já escritas para a série. 

Será que todos vão sentir falta de Steven Moffat? Eu não sei se vocês vão sentir tanta falta do Moffat quanto eu vou sentir. Claro, vai depender para quem você perguntar, mas uma coisa todos podemos concordar, Steven Moffat se tornou uma grande voz dentro de Doctor Who, ele fez Doctor Who uma série tão dele que é fácil dizer quais episódios são seus e quais não são e eu posso dizer sem dúvidas que o seu episódio preferido é dele e que talvez, mesmo sem querer assumir, você também irá sentir sua falta. 
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. Obrigado. Você disse tudo o que precisava ser dito sobre o Mof e, com licença tem um cisco no meu olho

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