Opinião: 8º temporada, até agora.

14:04 luvdoctorwho 2 Comments

O Doutor está pronto para você.

Deep Breath chegou prometendo muito, e não vou falar aqui que foi um episódio ruim, mas para a apresentação de um Doctor ele pode não ter sido a melhor opção. Bom, se formos realmente comparar com o último episódio de apresentação de um Doctor, The Eleventh Hour, Deep Breath fica muito atrás. 

Mas o que realmente nos traz Deep Breath, se não um "conforto"? Um dos grandes medos da produção, foi que você ai que começou a assistir a série com Matt Smith (que apareceu no final dizendo para a Clara - mas que na verdade era pata todos nós: 'Ei, ainda é o Doctor.') não se convencesse por Peter Capaldi. Deep Breath foi um tapinha nas costas dizendo "Ei Whovian, está tudo bem, ainda é Doctor Who, olha quanta coisa está igual, está tudo bem." 

Steven Moffat foi muito inteligente ao usar os personagens recorrentes para confrontar o que seria um problema para a própria audiência, "Ei ele ainda é a mesma pessoa, só esta mais velho". Clara foi a 'voz do publico' que se perguntou se a série seria a mesma. Vastra, a única pessoa que poderia ser julgada por sua aparência, saiu em defesa do Doctor de Peter Capaldi e até o monstro que no final foi revelado como os antigos Clockwork Droids, aqueles mesmos de The Girl in the Fireplace usou o argumento 'ei se você mudar isso ou aquilo em uma vassoura, ela continua a mesma vassoura? é claro que não, mas ela ainda varre o chão'. 

Deep Breath foi escrito em cada parte para te acalmar e dizer que Doctor Who ainda é Doctor Who mesmo que as coisas estejam diferente.  E funcionou. O episódio também nos apresentou o plot da 8º temporada: "Alguém que conhece o Doctor está coletando pessoas da sua timeline e levando para a terra prometida. Mas porque? E quem é Missy?"



Into the Daleks
Partimos então para Into the Dalek, que nos mostra Peter Capaldi moldando o seu Doctor. 

O que o 12th Doctor tem contra soldados? Quando um Dalek não é um Dalek? O que faz alguém ser isso ou aquilo? Ser um soldado prejudica a pessoa, já que ela é treinada para matar? De onde vem essa aversão do Doctor a soldados, seria o fato de ele mesmo ter sido um e "exterminado" Gallifrey? E será que isso faz sentido depois de The day of the Doctor? 

O Doctor salva Journey Blue de sua nave antes dela explodir, ele não tem qualquer emoção/reação ao fato de o irmão dela ter morrido na mesma nave a poucos segundos atrás e esta perfeitamente calmo com o fato. Ele é levado a nave onde é apresentado a um 'Dalek bom' onde a verdadeira jornada se inicia. O Doctor, Clara, Journey e os soldados são miniaturalizados e inseridos dentro do Dalek onde o Doctor encontra uma falha a concerta e fica satisfeito por estar certo, não existe um Dalek bom. A Clara literalmente da um tapa na consciência do Doctor fazendo ele entender que ele não esta fazendo nada para melhorar a situação e sim piorá-la.

O meu problema com isso são as semelhanças com o episodio da 1º temporada da New who "Dalek" onde a Rose tem a mesma reação ao fazer o 9th entender o que ele está fazendo de errado. No meio do caminho uma se sacrifica para que os outros consigam recuperar a parte importante da memória do Dalek, que vê ódio no 12th Doctor. Moral da história "Eu não sei se você é um homem bom, mas você tenta ser e isso faz a diferença." No geral esse episódio serviu de lembrete e confirmação a moral duvidosa e do lado obscuro do Doctor.



Robot of Sherwood.
Robot of Sherwood é um episódio pastelão, e não, isso não é uma coisa ruim. Não é um episódio de plot, ou seja, nada de Danny Pink e nada da Missy pegando ninguém é levado para a terra prometida, um episodio único. Senti que esse episódio foi escrito de algum modo para segurar a audiência que tinha saído de um episódio de abertura não tão forte, passando pela apresentação do 12th aos Daleks e caindo em um sopro de ar fresco. Porque não uma comédia? Também podemos claramente perceber o crescimento de Clara na série, que cada vez mais precisa ser a adulta. 

O episódio meio que não vai a lugar nenhum e essa é a minha principal crítica. Talvez ele se encaixasse melhor na 7º temporada onde cada episódio era único, por aqui ele ficou perdido. Talvez se eles realmente tivesse caído em um miniscopio como citaram da era de Jon Pertwee em 'Carnival of Monsters' o episódio tivesse mais sentido. Eu realmente estou dividida entre: foi um episódio legal, um sopro de ar fresco, risadinhas e nada do Doctor obscuro. e foi um episódio fraco que talvez não se encaixe de jeito nenhum na temporada. Esse é mais um daqueles episódios ame ou odeie. Por via das dúvidas vamos dar pontos ao Mark Gatiss que pela primeira vez caiu nas graças da audiência que aceitou bem o episódio.



Listen.
Listen é Doctor Who. Desde o primeiro momento Listen te pega pela perna e te arrasta para dentro da tela de um jeito que você realmente não consegue se desligar. O que o Doctor faz quando ele está sozinho? Como ele se comporta? A sequência de abertura desse episodio talvez seja uma das melhores coisas já feitas em Doctor Who desde sempre. Steven Moffat novamente vem brincar com o medo de infância de todos: O que tem embaixo da sua cama? Esse episódio teve tantos pontos positivos que eu não sei no que me apegar para escrever um pequeno texto. 

Clara e Danny dominaram boa parte do episódio com o encontro mais constrangedor da história dos encontros. Os cortes de cenas dessa temporada ficam cada vez melhor. Todas as cenas do encontro dos dois foram tão surrealmente legais de assistir que nós nos esquecíamos sobre o que o episódio realmente falava e torcíamos para que de algum modo a Clara conseguisse concertar as coisas para que ela ficasse bem com o Danny. 

O Doctor vai buscar a Clara e vemos finalmente uma finalidade para a parte orgânica do painel da Tardis. A Tardis está conectada a timeline da Clara e ela vai para a infância do Danny/Rupert onde ele não está conseguindo dormir porque tem medo de algo embaixo de sua cama. Que a Clara é boa com crianças nós já sabíamos, ver o Doctor acalmar o pequeno Rupert foi sim a coisa mais fofa e podemos afirmar que esse Doctor é obscuro, mas não sem coração e apático.

Clara Oswald passa a ser a companion mais importante da história e eu não tenho certeza se estou bem com isso. Vemos claramente que ela influi na vida do Doctor, que ela tem sim a ver com o que/quem ele vem a se tornar e eu não sei se isso deveria ser concedido a alguém. Será que ela merece essa importância? É a minha pergunta. Listen é um daqueles episódios que entram para o Hall da Fama de Doctor Who: "Ei amiguinho não Whovian posso te provar que Doctor Who é a melhor coisa já feita? Assiste 'Listen' você vai querer ver todo o resto.



Time Heist.
Ei, o Doctor é o personagem principal dessa vez. Se você assim como eu já estava meio que cansando da Clara ser constantemente "the boss" e acabar se sobressaindo nos momentos em que o Doctor deveria, sei lá... ser o Doctor, esse episódio foi pra você. Quantas vezes você já viu alguém roubar alguma coisa, mas ele não sabe o que realmente está indo roubar? O conceito era simples - Um verme que apaga sua memória dá o ponta pé inicial ao episódio que teve um ritmo verdadeiramente empolgante. 

Não, não tivemos risadinhas ou uma briga com colher, mas foi bom do começo ao fim. Quem era o arquiteto e o que eles estavam tentando roubar? Simples, né? Porém quando se trata de Doctor Who nada é realmente tão simples. Foi um episódio sólido, cheio de 'Doctor Who' Não foi o melhor e se eu quisesse apontar falhas eu até poderia escrever um pequeno texto sobre como o banco mais protegido do universo não era tão protegido assim, mas sinceramente eu gostei tanto do 'estar assistindo' e aproveitei tanto que eu não vou apontar falhas e terminar dizendo que eu realmente aproveitei 45 minutos de puro Doctor Who.



The Caretaker
51 anos atrás o Doctor pisava pela primeira vez na escola Coal Hill e agora em The Caretaker ele atualiza seu currículo e sai em busca do perigo que assombra a escola. O episódio prometia ser parecido com The Lodger onde vimos o Doctor tentando se enturmar. Nós sabíamos que para o 11th não seria um problema já que carisma era 90% do seu Doctor, mas será que um Doctor 100% rebel time lord conseguiria se enturmar por assim dizendo? Vimos Clara em sua vida cotidiana, dar aulas na escola, estar com Danny e viajar pelo espaço com o Doctor salvando planetas por ai. 

Cansativo para quem ta lendo? Mas a dona Clara realmente é a chefe e está em perfeito controle de sua vida, ou assim ela acredita. O Doctor descobre perigo na escola Coal Hill e Clara sabe que a presença do Doctor dispara todos os alarmes de perigo e que algo de ruim está acontecendo. O ponto central desse episódio foi Danny conhecendo o Doctor e como seria para Clara não ter o controle e ver os dois lados de sua vida colidindo. Não sei se vocês notaram, mas tudo mudou. Relacionamentos que antes pareciam fracos se fortaleceram e outros que antes pareciam sólidos não são mais os mesmo. 

Apesar de ser deixado de segundo plano não podemos deixar de lado o Skovox. Podemos resumir rapidamente - lhe foi dado o trabalho de testar as defesas da Terra antes de uma possível invasão e é isso. Mas o Skovox não é o verdadeiro desafio do Doctor e sim a sua relação com os humanos. Danny Pink chega na Tardis (e essa parte é muito importante, já que todos sabemos que o Doctor é sim o Macho Alfa dentro da tardis) e imediatamente desafia o Doctor e é obvio que o Doctor vai responder. Seria fácil levar para o lado do "Eu odeio soldados" ou todo esse tema que está sendo desenvolvido durante a temporada, mas se você olhar melhor na verdade vemos o problema do Doctor com autoridade. Nos aproximando mais do final do episódio vemos Danny dando "permissão" a Clara para continuar viajando com o Doctor, mesmo eu não tendo certeza de que ela precisava ou queria sua permissão - o que nos leva a um possível futuro onde a Clara tenha que decidir entre continuar com sua vida com o Doctor ou ficar com Danny e levar uma vida normal. - The Caretaker redefiniu relações o que pode ser uma peça chave a longo prazo.

Para terminar...
Ufa. Essa primeira parte da 8° temporada até agora foi sim de tirar o fôlego. Podemos terminar rapidamente dizendo que sim, a 8° temporada de Doctor Who já caiu nas graças do povão e até agora ao meu ver, desde o retorno de Doctor Who para a TV com Chris Eccleston essa é a temporada que faz mais sentido. Todas as outras foram maravilhosas de seu jeito, mas a 8º temporada nos dá vontade de dizer ISSO É DOCTOR WHO, ERA ISSO QUE EU ESPEREI PRA VER. Peter Capaldi a cada episódio nos dá mais certeza de que ele nasceu para esse papel e que em toda a sua vida, todos os seus outros trabalhos foram um treinamento que culminaria no maravilhoso Doctor que estamos vendo agora. Jenna Coleman está conquistando mais fãs durante essa temporada (Não, a Clara ainda não me convenceu, mas eu amo sou vivo por Jenna Coleman) e com certeza ganhando cada vez mais espaço sendo indiscutivelmente a companion mais importante de todos os tempos. Steven Moffat (com o perdão dos haters) está mais uma vez fazendo um trabalho maravilhoso que ao meu ver não merece nenhuma discussão. Estou com aquele sentimento de 'quero muito chegar no final dessa temporada para poder dizer que foi a melhor coisa que já vi em Doctor Who' e 'Não pode terminar, não vou aguentar o hiatu até o ano que vem.' 

Você também pode dar a sua nota para a 8º temporada até agora, sendo 1  a menor e 5 a maior. Bora votar? É fácil, é só olhar para o seu lado direito. 

Aguardem o nosso review da segunda metade da 8° temporada e se você chegou até aqui significa que você gostou ou não gostou do que foi dito e se isso é certo, então você tem uma opinião, assim como todo Whovian que eu conheço. Quer compartilhar comigo e com o fandom? Comente aqui no post, é muito fácil bla bla bla, é só logar com o seu facebook e fazer parte. Obrigado, obrigado e obrigado! 
Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Adorei ;) já quero a segundap parte também

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  2. Caros whovians...essa temporada tá incríveeel! O tio Capaldão já me conquistou com esse lado dark e rabugento. Só falta ele gostar de PAÇOCA pra ser perfeito.

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